Open Banking - Uma perspectiva do Brasil

Open Banking - Uma perspectiva do Brasil

A abertura gradual do fluxo de informação dentro dos Serviços Financeiros está fazendo a agenda de inovações avançar. 

O Open Banking, ao permitir que clientes compartilhem dados de maneira segura, traz mais produtividade para o ecossistema e pode acabar impactando a recuperação pós-COVID. 

Uma análise mais completa do cliente, aliado ao poder da IA, começa a mudar a natureza das experiências bancárias. 

Especialistas em tecnologia indicam que a maioria dos serviços tradicionais não vão existir até 2030, o que está longe de ser uma certeza. Mas o poder transformativo do Open Banking já pode ser sentido em vários países. 

A perspectiva do Open Banking no Brasil

O Brasil não é uma exceção. O Banco Central (BC) mantém a implementação por fases do processo de Open Banking marcado para 2021.

Porém, com o prazo esgotando, discussões sobre Open Banking parecem gravitar para questões técnicas e regulatórias, ao invés de oportunidades de negócios.

Não há dúvida que a investida do Banco Central em estabelecer padrões de compartilhamento de dados é essencial, mas diretivas de compliance não deveriam estar no centro do debate. 

Acima de tudo, players locais precisam repensar suas posições e explorar possibilidades de serviços à fundo, em um sistema de dados novo e mais fluido. 

A evolução do programa brasileiro de Open Banking ainda depende de concordância sobre métodos de troca de dados.

As APIs vão protagonizar esta nova estrutura, e elas devem ser vistas como blocos de construção do valor de criação, levando em consideração o conceito de API como produto.

Baseados em benchmarks internacionais (por exemplo, no Reino Unido), provedores de serviços locais não deveriam contar com um conjunto completo e final de diretrizes do governo neste estágio. 

Capacidades de integração

Como tais, organizações deveriam fazer o melhor uso possível das capacidades de integração agora e iterar enquanto o processo evolui.

O processo de Open Banking na região também deve abordar o assunto crônico de cidadãos sem banco. 

Nesse sentido, a decisão do Banco Central de incluir Pagamento Instantâneo, PIX, como parte dos requerimentos de 2020 pode estimular serviços financeiros de maneira efetiva sem depender do sistema tradicional.

O conceito em si não é novo, por exemplo, o WeChat na China, o Swish na Suécia, mas o fato que o Banco Central vai gerir a plataforma de base é notável, como a consolidação de QR Codes. 

Será que o PIX vai eliminar transferências bancárias custosas, e talvez até mesmo dinheiro em papel?

Serviços embutidos

No final, o valor do cliente vai continuar a mudar à medida que serviços personalizados e embutidos se tornarem mais comuns. Ofertas que dependem de conceitos de dados abertos já existem no Brasil há anos, como o compartilhamento de informação de contas, mas o sistema previsto pelo Banco Central vai levá-las a outro nível.

Assim que o consentimento dos clientes se tornar a norma, nós devemos testemunhar a reinvenção de todo tipo de serviço baseado na disponibilidade de dados em tempo real enriquecidos.

Se isso não for suficiente, a experiência do Open Banking e os benefícios no Brasil podem muito bem pavimentar o caminho para manifestações a favor de dados abertos em áreas notoriamente ineficientes, dessa forma chegaremos ao conceito de Open Everything.


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